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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Projeto 10MUSEU Por João Flor de Maio


La Colección Página esta formada por obras de arte copiadas en pintura al óleo por Sandra Gamarra-Heshiki a partir de publicaciónes de arte contemporáneo. La colección se enfoca en copias de instalaciónes, esculturas, fotografías y videos. Las obras tienen como título el número de la página de la publicación fuente. Cada copia permite al LiMAC la oportunidad de exponer estas obras "originales" a un publico mas amplio.


Texto e imagem retirados do site www.li-mac.org criado pela artista Sandra Gamarra

Projeto 10MUSEU
Por João Flor de Maio

Este projeto nasceu de todas as questões levantadas pelos visitantes da exposição "Tarsila do Amaral e o Brasil dos Modernistas" e dos incômodos e ideias surgidas no próprio processo de trabalho no projeto educativo da instituição. O material intelectual, experiências estéticas, conversas, brincadeiras e leituras dos visitantes se converteram em objetos que desaguaram num objetivo concreto, que seria a criação de um museu a ser instalado na cidade de Diamantina, memória urbana do próprio educador. Uma instituição que busque desmistificar e desmitificar a concepção de museu. Mas e se tal tentativa resultar em algo muito diverso do que se está concebendo? A questão é: como fazer uma instituição partindo das tradições que já experimentamos sem que funcione como uma instituição tradicional? É um museu ao mesmo tempo tópico e utópico esboçado aqui e que deve seguir sua construção ao longo do tempo. Um museu de espelhos.

Trilha sonora

Kraftwerk:
Mozart:
http://www.youtube.com/watch?v=M8QIaV9ilWc (esta peça foi composta para ser lida por dois músicos a um só tempo cada um de um lado da partitura)
Palácio de versalhes - França http://mcwattb.com/2005places.htm

Como sugestão dos colegas partiremos do referencial do LiMac(Museu de Arte Contemporaneo de Lima), um museu criado pela artista Sandra Gamarra do Peru, que ao constatar a inexistência de um museu de arte contemporânea na cidade de Lima e a dificuldade em conseguir empréstimos das instituições consagradas dos países centrais resolve elaborar um acervo a partir de cópias em pintura das obras desejadas, nas telas a artista pinta as obras que gostaria de adquirir tirando as imagens diretamente dos catálogos dos museus em que estão alocadas. Por meio desses a artista nomeia as telas pelo número em que cada obra aparece nos livros. O museu possui acervo permanente, exposições temporárias, um site e até mesmo um projeto arquitetônico que pode ser visto online: http://li-mac.org/index.php?id=152 As cópias são telas em que a artista pinta as obras que gostaria de adquirir, copiadas diretamente dos catálogos dos locais em que estão alocadas. 

visualização do projeto arquitetônico no site 

Também podem ser vistos trabalhos que dialogam com a temática que deu origem ao museu como "El segundo cuarto del rescate" descrito no site da seguinte maneira:
“El segundo cuarto del rescate”, se presenta como un museo ficticio que hace referencia al famoso Cuarto del rescate del Inca Atahualpa, quien lo llenó de oro y plata a cambio de una liberación nunca realizada.
La instalación se sostiene como un castillo de naipes con 105 pinturas de piezas arqueológicas Inca hechas a partir de las imágenes publicadas en el catálogo de la exposición “Machu Picchu desvelando al misterio de los Incas” organizada por la Universidad de Yale en 2004.
Esta exposición que itineró dentro de los Estados Unidos y que tuvo 1 millón de visitantes, reanimó la controversia entre la Universidad de Yale, que colaboró con el descubrimiento y la conservación de las piezas desde 1911 y el Estado peruano que pide su retorno, habiendo concluido el periodo de cesión.
¨El segundo cuarto del rescate¨  no pretende cuestionar la legalidad de su tenencia. Su objetivo es señalar el hecho de que uno de los argumentos por las cuales la Universidad de Yale rechaza su devolución es debido a que no exista un museo construido donde conservar estas piezas en el Perú.
¿Qué tipo de museo es el que se espera del otro?
¿Qué museología propia se puede hacer sin la devolución de las piezas?
El segundo cuarto del rescate es una metáfora del museo hecho a partir de la información transferida, digerida por otro, que se construye, por tanto, de débiles equilibrios. En este caso, este museo ficticio tiene como fuente real la única información disponible sobre estas piezas: el propio catálogo de la Universidad de Yale.
Contrario a Atahualpa quién ofreció llenar un espacio para su liberación, el “Segundo cuarto del rescate” se ofrece como un espacio vacío, construido y delimitado por los cánones y la información exterior."

O projeto físico do Limac também está inserido em sua concepção. Buscando fugir da criação de uma obra de aspecto monumental concebeu-se uma estrutura que ficaria em grande parte no subsolo, com pequenas protuberâncias que marcariam a presença do espaço no deserto andino. No caso do nosso 10museu a concepção é de um espaço que seja ao mesmo tempo público e privado, com uma grande abertura sobre uma praça e atravessado por rampas que levem ao terraço, um espaço de convívio e produção de trabalhos que incluiria uma cozinha industrial aberta. Dentro deste museu haverá exposição e também produção de acervo, espaço para residências artísticas, escola, e uma grande sala multi-uso com equipamentos que permitam a projeção de cinema. A própria concepção do acervo do museu aqui proposto nasceu de ideias compartilhadas, não apenas com os colegas de trabalho, mas também com visitantes. O espaço a se instalar o museu é no chamado Largo Dom João, uma espécie de novo centro da histórica cidade de Diamantina, a ideia é ocupar espaços vazios de um mercado decadente, próximo à rodoviária e à antiga estação de trens, usar não lugares para criar um não lugar icônico que é o museu. Haveria biblioteca/livraria onde funcionaria também o centro de memória do espaço com registros de trabalhos efêmeros!?) e espaços equipados para ocupação de mercadores livres, nos quais estaria vetada a presença de grande comércio e franquias. 

A possibilidade de construção de um museu próprio levou à elaboração de algumas atividades práticas levadas a cabo na Casa Fiat de Cultura entre elas: releituras de desenhos antropofágicos, vestimentas dos alunos e do educador feitas de papel colorido e fita adesiva, desenhos de barbante com fita adesiva, criação de mini museus representados com o material da própria exposição. Entre todas as visitas houve uma que trouxe resultados mais interessantes: no dia 13 de julho, houve um passeio com o Colégio L'Hermitage (curiosamente a escola tem o nome de um dos maiores museus do mundo)e houve uma intensa conversa com as crianças. Já no princípio incitei os alunos a imaginar como seria um museu criado por cada um deles, ao longo do percurso falamos sobre tantos temas que eles já nem recordavam que iriam ao fim fazer uma atividade. Eis que o anúncio de uma brincadeira ao final animou a todos! Separei a turma em grupos de quatro ou cinco alunos, cada grupo por sua vez foi responsável por criar um museu, cada qual com seu nome e sua museologia particular elaborados pelas crianças, os museus criados foram os seguintes: 

-Museu Seja Bem-Vindo - com obras dispostas em varais, inclusive algumas no caminho das pessoas que deverm passar abaixadas sob as obras, neste museu haverá um acervo permanente e um móvel,  além da compra e venda de obras.

-Museu Tempo Único - museu pequeno a ser percorrido por meio de escorregadores ao longo do edifício bastante vertical, a atração é o próprio lugar.


-Museu Tarsila do Amaral - museu que usa tanto paredes externas quanto internas para expor os trabalhos da artista, a parte interna terá formato circular com um grande totem no meio no qual diversas obras se prendem em um pilar que sustenta o teto do próprio espaço


-Museu Abstrato - de arquitetura pouco usual o museu seria uma espécie de amontoado de sucata, incluiria um canhão de lançar pessoas ao ar(como no circo) e uma grande parede externa para colocação dos trabalhos dos visitantes

-Play Museu - este museu concentraria diversas atividades lúdicas, piscina, e jogos de paint-ball, as obras poderiam ser produzidas mas também poderiam ser destruídas no espaço do museu, seria possível andar de patins e skate, e o museu possuiria um helicóptero para vôos com visitantes.


Diversas sugestões podem ser incorporadas ao 10museu e os alunos sabiam disso, é notável o esforço por criar algo lúdico e a questão da possibilidade de contato direto, físico com as obras que todos os grupos colocaram. O mote básico para a instalação da instituição será, pois, o contato e todos os desdobramentos que tal ideia trazem com relação à arte e à educação. Como conclusão dos trabalhos dentro do projeto da Casa Fiat de Cultura uma performance foi idealizada para se realizar dentro do espaço da galeria como forma de aproximar alguns conceitos de arte/contato & arte/vida do cotidiano de uma instituição já existente e questionar o próprio local. Para observar a forma como tais experimentações podem ser recebidas tanto pelo público quanto pelos funcionários da própria exposição. 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Impeachment de Márcio Lamerda! - Dossiê cotidiano

Dando continuidade ao ato de reunir as ações higienistas e tecnocratas da PBH de Lamerda inicio aqui uma série que tem por objetivo reunir eventos que, isoladamente, podem parecer justificáveis aos olhos menos atentos. Notemos que para justificar tais projetos sempre se apresenta dados "científicos" envolvidos em falas macias e cínicas, pinceladas pelo jurisdiquês antidemocrático da administração mais estúpida pela qual já passou Belo Horizonte desde o fim da ditadura, com o agravante de que nós cidadãos compramos o pacote Lamerda através do voto. O teste deu errado e agora é hora de a cidade mostrar que não quer mais o síndico.



Primeiro Documento - sobre a venda da Rua Musas e a censura autorizada:

"Prefeitura tem Primeira Vitória para venda de Rua - Vitória contra quem?
No dia 12 de maio, os moradores da Rua Musas, no Bairro Santa Lúcia, foram surpreendidos com a notícia, publicada no Jornal Estado de Minas, de que a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte havia aprovado o projeto da Prefeitura de vender uma parte de sua rua para uma construtora. A intenção é construir no local um hotel de 30 andares, ocupando não só os lotes, como a própria rua! E isso tudo numa via pública que tem somente um quarteirão. Pior ainda: um dia depois os mesmos vereadores, a toque de caixa, aprovaram esse estranho e absurdo projeto, que dilapida um patrimônio público em benefício de um interesse privado.
Como ficam os moradores, os principais prejudicados, que perdem uma parte de sua rua e terão o resto que dela resta invadido por um hotel desse porte? Como fica o acesso à rua, que se transformará num beco apertado atrás do hotel? Como fica o trânsito em toda a região da BR356 e da Avenida Raja Gabaglia, que já é caótico e piorará ainda mais? Como fica o meio-ambiente depois de mais essa agressão?
Principalmente: por que ninguém da rua ou das proximidades foi procurado e ouvido pela Prefeitura ou pelos vereadores? Afinal, como é que se faz uma cidade democrática: considerando o bem-estar dos cidadãos ou só o interesse dos especuladores que têm a seu lado o poder do dinheiro?
Vamos reagir contra esse tipo de arbitrariedade. Ajude-nos a salvar nossa rua. Se hoje o Prefeito Márcio Lacerda e os vereadores acham que podem vender a nossa rua, amanhã poderão vender também a sua!
Como sabemos que outras situações semelhantes se repetem por toda Belo Horizonte, cumpre perguntar: até que ponto irá a irresponsabilidade das autoridades, que, como dizia Drummond, vão transformando nossa cidade neste nosso “triste horizonte e destroçado amor”?

Jacyntho José Lins Brandão, publicado em http://www.salveamusas.com.br/

No início do artigo é possível ler:
"Site alterado em 21 de junho de 2011, em respeitoso cumprimento da liminar à Ação Cautelar (Processo no. 024.11.181.802-7, da 5ª. Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte) interposta por Eduardo Gribel Homem de Castro, Adriana Lilian Camargos e Tenco-CBL Serviços Imobiliários S.A. contra Jacyntho José Lins Brandão e outros."

Censura é isso, enquanto os órgãos hegemônicos de imprensa dizem o que querem de forma a manipular a informação a favor de seus patrocinadores, os cidadãos são impedidos de se expressar contra o que consideram injusto. Essa administração tem aumentado imensamente os gastos com publicidade, o crime está de fato aqui, gasta-se mais com propaganda do que, por exemplo, destina-se a obras do alardeado Orçamento Participativo! O jornalista Heitor Diniz fez uma análise mais detida do tema chocante que pode ser lida no blog político abaixo, ainda no ano passado: 

Reparem agora o aumento dos gastos para o ano corrente de 2011(texto marcado):

Esses temas não serão discutidos na TV, nem nos jornais portanto proponho que todos os interessados leiam, divulguem, repliquem, participem da maneira que puderem. Busquemos sempre um olhar crítico inclusive para qualificar a oposição às ações fascistoides que vez por outra surgem no mundo que nos cerca.

Beijos imprudentes em todos!
João Flor de Maio